quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Uma reflexão sobre o Ano Novo e as Africanidades Brasileiras

Quando caminho no comércio de minha cidade, vejo na entrada de várias lojas, um vaso com plantas como Espada-de-São-Jorge, Comigo-ninguém-pode e Arruda. Diziam nossos antepassados africanos que tais plantas espantam todo tipo de mal como inveja, mal-olhado, olho gordo. Muita gente nem conhece a origem de tal crença mas colocam tais plantas porque a crença já faz parte da cultura brasileira. Toda vez que se aproxima o Ano Novo penso na quantidade imensa de brasileiros que têm o hábito de usar uma roupa branca na virada do ano e creio que nem todo mundo sabe de onde vem este hábito.

Iemanjá é o orixá mais popular no Brasil. De norte a sul, todos sabem quem é Iemajá ou pelo menos já ouviram seu nome. A grande mãe, Odô Iyá, com seus seios fartos deu a luz aos outros orixás. Uma das maiores festas é feita em sua homenagem no dia 2 de fevereiro na cidade de Salvador, onde milhares de pessoas saem vestidas de branco em procissão e vão às águas do mar oferecer presentes. O mesmo acontece no Rio de Janeiro e em diversas cidades do país no Ano Novo, seguindo o exemplo do uso do branco em Salvador, milhares de pessoas vão à praia e pedem proteção à Rainha do Mar no novo ano que se inicia. A prática de usar roupa branca para ir ao mar e oferecer uma flor branca e outros presentes a esta deusa africana fez com que seu nome fosse amplamente conhecido.

Pierre Verger nos conta uma lenda de origem iorubá que diz assim:

Iemanjá era filha de Olokum, deus do mar. Em Ilê Ifé, casou-se com Olofin-Odudua com o qual teve dez filhos, todos orixás. De tanto amamentar seus filhos, os seios de Iemanjá tornaram-se imensos. Cansada da estadia em Ifé, Iemanjá fugiu na direção do "entardecer-da-terra", como os iorubás chamavam o Oeste. Iemanjá chega em Abeokutá e como era muito bonita, Okerê pediu-lhe em casamento. Ela aceitou com a condição de que ele jamais ridicularizasse a imensidão de seus seios.
Um dia Okerê voltou para casa embriagado de vinho da palma. Ele tropeçou em Iemanjá e ela lhe chamou de bêbado imprestável. Okerê gritou: "Você, com seus seios compridos e balançantes."
Ofendida, Iemajá fugiu e Okerê colocou seus guerreiros em sua perseguição. Iemanjá, vendo-se cercada lembrou-se que tinha recebido de Olokum uma cabaça com a recomendação de que só abrisse em caso de extrema necessidade. Iemajá quebrou a cabaça e dela saiu um rio de águas tumultuadas levando Iemanjá em direção ao mar, residência de Olokum. Okerê tentou impedir transformando-se em colina. Iemanjá vendo bloqueado seu caminho, chamou Xangô que lançou um raio sobre a colina Okerê que abriu-se em duas, dando passagem para Iemanjá. Iemanjá foi para o mar ao encontro de Olokum. Nunca mais Iemanjá voltou à terra e ela está em todo lugar onde chega as águas do mar. Na Nigéria ainda hoje existe uma colina de nome Okerê onde passa um rio chamado Ogum.

Um comentário:

  1. ...traigo
    sangre
    de
    la
    tarde
    herida
    en
    la
    mano
    y
    una
    vela
    de
    mi
    corazón
    para
    invitarte
    y
    darte
    este
    alma
    que
    viene
    para
    compartir
    contigo
    tu
    bello
    blog
    con
    un
    ramillete
    de
    oro
    y
    claveles
    dentro...


    desde mis
    HORAS ROTAS
    Y AULA DE PAZ


    TE SIGO TU BLOG




    CON saludos de la luna al
    reflejarse en el mar de la
    poesía...


    AFECTUOSAMENTE:
    AFRICANIDADES


    DESEANDOOS UNAS FIESTAS ENTRAÑABLES OS DESEO FELIZ AÑO NUEVO 2010 Y ESPERO OS AGRADE EL POST POETIZADO DE LA CONQUISTA DE AMERICA CRISOL Y EL DE CREPUSCULO.

    José
    ramón...

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