Dia 20 de novembro é dia de comemorar o Dia da Consciência Negra. Além de lembrar a morte de Zumbi dos Palmares, a data nos propõe uma reflexão sobre a "abolição da escravatura".
O Dia da Consciência Negra é comemorado por ativistas do Movimento Negro desde 1971, mas passou a fazer parte do calendário escolar somente em 2003, quando o presidente Lula, atendendo a algumas reinvidicações do Movimento Negro, criou a Lei 10.639 obrigando as escolas a incluírem em seus currículos os conteúdos referentes a História e Cultura Africana e Afrobrasileira e a incluir o 20 de novembro como um dia especial para lembra a morte de um dos ícones de resistência de nossa história.
O dia da Abolição da Escravatura é visto como uma representação dos interesses da elite brasileira. A comemoração da abolição tem por objetivo reproduzir na cabeça do afrobrasileiro a ideologia que insiste em manter o negro inferiorizado, que foi "liberto" por causa da generosidade de uma princesa. Sabemos que a Princesa Isabel só assinou a abolição devido às pressões dos capitalistas estrangeiros. O Dia da Consciência Negra veio para contestar o discurso implícito no Dia da Abolição. Comemorar a resistência de Zumbi dos Palmares é uma forma de dizer ao povo brasileiro que o negro não aceitou docemente a escravidão e que a abolição não é resultado da generosidade e sim da luta e resistência de um povo.
Para ser conquistada a verdadeira abolição dos afrodescentes, muito ainda deve ser feito. A obrigatoriedade da Lei 10.639/2003 é somente um dos passos para reparar injustiças sócio-culturais que se manifestam de diversas maneiras. As políticas afirmativas e o sistemas de cotas também são importantes instrumentos para quebrar as correntes que ainda aprisionam a população negra.
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