Galera, estou participando de um concurso de redação com o texto abaixo sobre "A Importância da Consciência Negra na Promoção da Cidadania."
Prestigiem meu trabalho com seu voto. Basta cadastrar-se no site abaixo e votar.
Desde já agradeço imensamente sua participação!
Alberto Roberto Costa
http://ifaaje.com.br/index.php?url=concurso||votacao||
A IMPORTÂNCIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA NA PROMOÇÃO DA
CIDADANIA
Acarajé é um bolinho feito com feijão fradinho, temperado com cebola e
camarão e frito no azeite-de-dendê. No espaço sagrado afro-brasileiro, é oferecido
para Iansã, orixá dos raios, ventos e tempestades. No espaço profano, é vendido nas ruas
com recheios que levam pimenta, vatapá, caruru, tomate, cebola e camarão combinados
ao gosto do cliente.
Há poucos dias antes da comemoração do Dia Nacional da Consciência Negra
de 2012, uma polêmica correu as ruas anunciando que a FIFA havia proibido a venda
do acarajé num raio de dois quilômetros do estádio Fonte Nova em Salvador nos jogos
da Copa de 2014. Porém, a rede de lanchonetes MC Donald’s, patrocinadora dos jogos,
venderá seus sanduíches sem ser incomodada pelo Estado.
Com a pressão do Movimento Negro Unificado, a FIFA teve que voltar atrás e
lançar uma nota esclarecendo que a venda do acarajé será permitida alegando que
tratava-se de um boato. Sendo boato ou não, a polêmica revela um dos inúmeros
movimentos de resistência da cultura afro-brasileira, além de ser um prato cheio para
qualquer professor que queira discutir com seus alunos a importância da Consciência
Negra na promoção da cidadania.
O desenvolvimento de um trabalho sério com a lei federal 10.639/2003 vai além
do ensino linear e factual da História e Cultura Africana e Afro-brasileira, pois exige
demonstrar a dinâmica da história da opressão e das lutas contra os opressores com
exemplos vivos que ainda são presentes nos nossos dias atuais.
A dominação não cessou com a abolição da escravatura. Ela ainda nos prende e
usa seus grilhões reconfigurados em novas formas de poder. Mostrar uma baiana,
sentada na esquina da praça vendendo seu acarajé como um ato de resistência requer
conhecer que este prato afro tem uma história e uma ancestralidade que foram negadas
ao povo negro durante séculos no Brasil.
Hoje, nas estratégias de domínio pós-colonial, invadir o território é algo
considerado ultrapassado. A dominação requer a destruição das culturas locais, pois
estas representam as resistências contra o pós-colonialismo. A imposição cultural dos
países dominantes se faz através da língua, da culinária, da produção artística que inclui cinema, moda, música e outros elementos culturais. A imposição cultural afasta as
novas gerações das suas próprias raízes ao apresentar referenciais que não promovem
sua cidadania.
Despertar a Consciência Negra é apresentar aos alunos referenciais da cultura
afro-brasileira que lutam contra as injustiças, que defendem sua própria cultura como
forma de preservar suas identidades. É uma forma de se posicionar diante da dinâmica
do poder mundial. Uma criança que cresce ouvindo as histórias sobre seus ancestrais
que lutaram contra este processo dominador terá outras atitudes na vida.
A discussão sobre Consciência Negra deve ser feita não somente no dia que
marca a morte de Zumbi. Ela deve ser trabalhada em sala de aula todos os dias do ano
no desenvolvimento de projetos que busquem a superação da mera folclorização da
cultura negra, afinal, os ataques ao povo afrodescendente não acontecem somente no dia
20 de novembro.
Uma das coisas que nunca vou me esquecer é o olhar de indignação de um aluno
de 11 anos, que ao ouvir a proibição da FIFA disse: “Zumbi libertou escravos. Nós
vamos libertar as baianas do MC Donald’s comprando agora só acarajé.”
Africanidades
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
sexta-feira, 29 de julho de 2011
Exu é o diabo????
Ao afirmar que "Exu é o diabo" estamos cometendo um grande equívoco que tem suas raízes históricas na formação do povo brasileiro. Com o advento das grandes navegações, os portugueses se depararam com uma imensa variedade cultural: culturas africanas, indígenas e dos povos do oriente eram geralmente consideradas como inferiores, exóticas e que traziam elementos diabólicos. A visão etnocêntrica dos europeus influenciou a concepção de Exu no Brasil que não corresponde aos simbolismos mitológicos da cosmovisão africana.
No século XVI, a Europa vivia um momento de intensos conflitos religiosos com o avanço do Protestantismo. A Igreja perdia um grande número de fieis. Quando os jesuítas desembarcaram nas novas terras invadidas por Portugal, viam um campo fértil para conquistar novos adeptos através da catequisação. Os padres usavam o teatro para catequisar os índios e em suas peças maniqueístas, os personagens do bem eram os santos católicos e os do mal tinham nomes indígenas. As histórias mitológicas dos espíritos das florestas eram traduzidas para tentar convencer os ameríndios que seus hábitos como o tabagismo, a nudez, a poligamia eram inspirados pela astúcia do diabo e que deveriam ser abandonados seguindo os preceitos religiosos europeus.
Com os africanos não foi diferente. Os deuses africanos de diversas localidades logo foram associados ao demônio. Inquices, voduns, orixás foram considerados pelos portugueses como facetas do maligno e proibiam os africanos que chegavam ao Brasil de cultuar seus antepassados. Portões do esquecimento também foram construídos em diversos portos africanos para que os homens e mulheres que foram sequestrados de suas terras, ao atravessar tais portais, pudessem deixar para trás todo seu passado. Alguns eram obrigados a dar voltas numa árvore que os colonizadores diziam fazer esquecer sua cultura.
O orixá Exu foi o mais associado ao diabo, talvez por sua aproximação com a sexualidade e com elementos que lembram o deus greco-romano Príamo, guardião das casa, ruas e encruzilhadas. Recentemente foi lançado o livro "Exu e a Ordem do Universo" do Síkírù Sàlámi e Romilda Iyakemi Ribeiro. Os autores afirmam que a obra é resultado de quase três décadas de estudos e diálogos que se enriqueceram com as dezenas de viagens à África iorubana para vivenciar o que significa realmente este orixá. Trata-se de uma obra séria e consistente que procura ressignificar Exu dentro do contexto do panteão iorubá.
Na mitologia iorubá, Olorum é o criador do universo e os orixás são as forças da natureza que regem o visível e o invisível. Exu, em nenhum momento aparece como opositor de Olorum assim como Satã se opõe a Deus na tradição judaico-cristã. Muito pelo contrário, ele é co-criador. Exu é considerado como simbolismo dinâmico que está presente em tudo no universo.
No século XVI, a Europa vivia um momento de intensos conflitos religiosos com o avanço do Protestantismo. A Igreja perdia um grande número de fieis. Quando os jesuítas desembarcaram nas novas terras invadidas por Portugal, viam um campo fértil para conquistar novos adeptos através da catequisação. Os padres usavam o teatro para catequisar os índios e em suas peças maniqueístas, os personagens do bem eram os santos católicos e os do mal tinham nomes indígenas. As histórias mitológicas dos espíritos das florestas eram traduzidas para tentar convencer os ameríndios que seus hábitos como o tabagismo, a nudez, a poligamia eram inspirados pela astúcia do diabo e que deveriam ser abandonados seguindo os preceitos religiosos europeus.
Com os africanos não foi diferente. Os deuses africanos de diversas localidades logo foram associados ao demônio. Inquices, voduns, orixás foram considerados pelos portugueses como facetas do maligno e proibiam os africanos que chegavam ao Brasil de cultuar seus antepassados. Portões do esquecimento também foram construídos em diversos portos africanos para que os homens e mulheres que foram sequestrados de suas terras, ao atravessar tais portais, pudessem deixar para trás todo seu passado. Alguns eram obrigados a dar voltas numa árvore que os colonizadores diziam fazer esquecer sua cultura.
O orixá Exu foi o mais associado ao diabo, talvez por sua aproximação com a sexualidade e com elementos que lembram o deus greco-romano Príamo, guardião das casa, ruas e encruzilhadas. Recentemente foi lançado o livro "Exu e a Ordem do Universo" do Síkírù Sàlámi e Romilda Iyakemi Ribeiro. Os autores afirmam que a obra é resultado de quase três décadas de estudos e diálogos que se enriqueceram com as dezenas de viagens à África iorubana para vivenciar o que significa realmente este orixá. Trata-se de uma obra séria e consistente que procura ressignificar Exu dentro do contexto do panteão iorubá.
Na mitologia iorubá, Olorum é o criador do universo e os orixás são as forças da natureza que regem o visível e o invisível. Exu, em nenhum momento aparece como opositor de Olorum assim como Satã se opõe a Deus na tradição judaico-cristã. Muito pelo contrário, ele é co-criador. Exu é considerado como simbolismo dinâmico que está presente em tudo no universo.
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Imposição estética
No mundo globalizado de hoje, manter as nossas raízes ainda vivas é mais do que um desafio, é uma necessidade para não perdermos nossa identidade.
As grandes multinacionais, instaladas em vários lugares do globo, ao venderem seus produtos, iguala todos na forma de vestir, no consumo da música, nos hábitos alimentares, nos hábitos cotidianos, pois instalam na sociedade uma necessidade compulsiva de consumir seus produtos que são nada mais do que cópias de modelos culturais dos países europeus e norte-americano.
No Brasil, nos deparamos com um grande número de pessoas que renegam a própria cultura brasileira para dar valor à estética imposta pelos países colonizadores. Tal atitude gera uma alienação cada vez mais crescente e ocasiona a morte de elementos culturais de nossas raízes.
Não pretendo aqui fazer um discurso xenófobo, muito pelo contrário, considero de extrema importância conhecermos a cultura estrangeira, mas infelizmente existe um número muito maior de brasileiros que ouvem Lady Gaga e nunca ouviram nada do maravilhoso Toquinho.
Este processo de imposição estética não é novidade. No Brasil colonial, os jesuítas, ao catequizarem os índios, nomeavam em suas peças teatrais os personagens ligados ao mal com nomes indígenas e os personagens bonzinhos com nomes cristãos. Ao se deparar com tal cena teatral, o que os índios começaram a acreditar? Que sua cultura era errada? Muitos se tornaram cristãos e abandonaram hábitos de sua etnia. Outros resistiram e fugiram mata adentro e ainda hoje tentam resistir a esta imposição global.
Os africanos sofreram o mesmo processo. Seus deuses foram considerados pela igreja como representantes demoníacos e ao serem trazidos para o Brasil, tinham que passar por um portão do esquecimento ou dar várias voltas em torno de uma árvore para esquecer seu passado, sua cultura, seus ancestrais. Mas ainda hoje estas tradições estão vivas e ainda resistem. Dizer que EXU é o demônio é persistir nesta colonização, nesta imposição de elementos estéticos para dominar ideologicamente a sociedade, pois quando todos pensam iguais é muito mais fácil dominar. Se formos estudar a mitologia yorubá, veremos que EXU não tem nada haver com o diabo cristão. Os portugueses talvez tenham associado a figura demoníaca ao deus yorubá por conta do seu caráter sexual, mas persistir ainda hoje neste erro é mais uma forma de destruir nossas raízes culturais, pois enquanto as pessoas associarem nossas raízes ao mal, mais elas irão abandoná-las e não correrão para dentro da mata para resistir a imposição estética.
sexta-feira, 19 de março de 2010
"Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial"
No dia 21 de março é comemorado o "Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial". O Grupo Teatral Profª Zilda Dias estará organizando um Evento no Teatro Nacional Cláudio Santoro – SalaMartins Penna / Brasília- DF partir das 17h.
O evento contará com apresentações de Teatro, Dança, Música ,Poesia, Artes Plásticas, Cultura Hip Hop tendo grupos nacionais e internacionais apresentando.
Todas informações poderão ser encontradas no Blog de divulgação do evento.
domingo, 7 de março de 2010
PROJETO CULTURAL Ó BARÁ
CONVITE
Em breve Brasília será presenteada com mais um espaço cultural. Trata-se do Projeto Cultural Ó BARÁ.
O Projeto Cultural Ó BARÁ pretende formar músicos percussionistas e difundir a cultura afro-brasileira, mesclando tambores, capoeira e uma infinidade de ritmos tais como maracatu, samba-reggae, tambor de crioulo e nações africanas.
Projeto Cultural Ó BARÁ tem a honra e o prazer de convidá-lo a participar de seus ensaios no estacionamento da Administração do Parque da Cidade – Sarah Kubitschek, próximo à Torre de TV todos os sábados, das 10h às 13h. As matrículas estão abertas e as aulas serão gratuitas.
Projeto Cultural Ó BARÁ se sentirá bastante orgulhoso com sua presença.
terça-feira, 2 de março de 2010
Intolerância Religiosa
Olá meus 10 leitores deste blog... rsrsrs... depois de alguns dias afastado das atividades virtuais, volto em 2010 com imensa vontade de me fazer mais presente neste veículo de informação e formador de opinião.
Quero registrar aqui minha preocupação a respeito de um tema que se torna a cada dia mais necessário discutir em nossa sociedade: a intolerância religiosa.
Recebi nesta semana um e-mail informando que o caso da professora que foi afastada da escola no município de Macaé, no Rio de Janeiro, ainda não foi resolvido. A professora trabalhava com o livro chamado "Lendas de Exu" do autor Adilson Martins, remomendado pelo Ministério da Educação.
No final de 2009, véspera da comemoração da Semana da Consciência Negra, em Taguatinga, Distrito Federal, o professor Francisco Albuquerque foi retirado da escola sob a acusação de que estava trabalhando rituais de Candomblé em sala de aula. Conheço de perto o trabalho do professor, fizemos cursos juntos sobre elementos da cultura afrobrasileira e chegamos a trabalhar com o projeto Africanidades nesta escola. Porém, o professor foi afastado de sua função sem direito a defesa e passou por diversos constrangimentos porque estava no cumprimento da Lei Federal 10.639/2003. Seu caso também até na data de hoje não foi resolvido.
Paro pra pensar e me pergunto: por que os professores, que cumprem seu papel, seu dever de ensinar a História e Cultura Africana têm que passar por estes tipos de constrangimentos? Onde estão as instituições do Estado e não-governamentais que não defendem aqueles que estão exercendo seu papel em sala de aula? Para que serve a comissão de Direitos Humanos da Câmara? Será que o Estado está preparado para fazer valer a Lei 10.639/03?
Em pleno século 21, o presidente da República teve que instituir o dia 21 de janeiro como o Dia do Combate contra à Intolerância Religiosa. Este dia foi escolhido por segmentos do movimento negro por causa da morte da Yalorixá Gildásia Santos do Ilê Axé Abassá de Ogum em 2000. A Yalorixá, conhecida como Gilda, teve seu terreiro invadido e destruído duas vezes por pessoas de outras crenças religiosas. Como se não bastasse, ela teve sua foto publicada em um jornal da Universal, com tarja preta nos olhos e uma matéria cujo título era "Macumbeiros Charlatães lesam a vida e o bolso dos clientes”. A foto foi tirada quando Gilda participou de uma manifestação em Salvador que pedia o impeachmant do Collor. Gilda teve um ataque fulminante do coração e faleceu no dia 21 de janeiro de 2000. O jornal foi condenado a pagar uma idenização a filha de Gilda de 960 mil Reais por danos morais, mas dinheiro nenhum no mundo paga a dor da perda e a dor da difamação.
O Combate à Intolerância Religiosa tem que ser feito todo santo dia. Na conversa com o vizinho, no ônibus, no salão de beleza, na feira, na fila do banco... em qualquer lugar onde estivermos. Nós professores temos uma responsabilidade maior, pois somos formadores de opinião.
Ensinar nossos alunos a respeitar outras crenças é ensinar a respeitar o que é diferente de nós. O que caracteriza o povo brasileiro é sua diversidade, pois nosso amado Brasil nasceu de matrizes culturais completamente diferentes uma das outras. Não podemos permitir que um discurso unilateral, raivoso e intolerante ganhe espaço e destrua nossa diversidade cultural.
Já dizia o sábio José Saramago:
"De algo sempre haveremos de morrer, mas já se perdeu a conta aos seres humanos mortos das piores maneiras que seres humanos foram capazes de inventar. Uma delas, a mais criminosa, a mais absurda, a que mais ofende a simples razão, é aquela que, desde o princípio dos tempos e das civilizações, tem mandado matar em nome de Deus”.
Grande abraço e Feliz 2010.
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Uma reflexão sobre o Ano Novo e as Africanidades Brasileiras
Quando caminho no comércio de minha cidade, vejo na entrada de várias lojas, um vaso com plantas como Espada-de-São-Jorge, Comigo-ninguém-pode e Arruda. Diziam nossos antepassados africanos que tais plantas espantam todo tipo de mal como inveja, mal-olhado, olho gordo. Muita gente nem conhece a origem de tal crença mas colocam tais plantas porque a crença já faz parte da cultura brasileira. Toda vez que se aproxima o Ano Novo penso na quantidade imensa de brasileiros que têm o hábito de usar uma roupa branca na virada do ano e creio que nem todo mundo sabe de onde vem este hábito.
Iemanjá é o orixá mais popular no Brasil. De norte a sul, todos sabem quem é Iemajá ou pelo menos já ouviram seu nome. A grande mãe, Odô Iyá, com seus seios fartos deu a luz aos outros orixás. Uma das maiores festas é feita em sua homenagem no dia 2 de fevereiro na cidade de Salvador, onde milhares de pessoas saem vestidas de branco em procissão e vão às águas do mar oferecer presentes. O mesmo acontece no Rio de Janeiro e em diversas cidades do país no Ano Novo, seguindo o exemplo do uso do branco em Salvador, milhares de pessoas vão à praia e pedem proteção à Rainha do Mar no novo ano que se inicia. A prática de usar roupa branca para ir ao mar e oferecer uma flor branca e outros presentes a esta deusa africana fez com que seu nome fosse amplamente conhecido.
Pierre Verger nos conta uma lenda de origem iorubá que diz assim:
Iemanjá era filha de Olokum, deus do mar. Em Ilê Ifé, casou-se com Olofin-Odudua com o qual teve dez filhos, todos orixás. De tanto amamentar seus filhos, os seios de Iemanjá tornaram-se imensos. Cansada da estadia em Ifé, Iemanjá fugiu na direção do "entardecer-da-terra", como os iorubás chamavam o Oeste. Iemanjá chega em Abeokutá e como era muito bonita, Okerê pediu-lhe em casamento. Ela aceitou com a condição de que ele jamais ridicularizasse a imensidão de seus seios.
Um dia Okerê voltou para casa embriagado de vinho da palma. Ele tropeçou em Iemanjá e ela lhe chamou de bêbado imprestável. Okerê gritou: "Você, com seus seios compridos e balançantes."
Ofendida, Iemajá fugiu e Okerê colocou seus guerreiros em sua perseguição. Iemanjá, vendo-se cercada lembrou-se que tinha recebido de Olokum uma cabaça com a recomendação de que só abrisse em caso de extrema necessidade. Iemajá quebrou a cabaça e dela saiu um rio de águas tumultuadas levando Iemanjá em direção ao mar, residência de Olokum. Okerê tentou impedir transformando-se em colina. Iemanjá vendo bloqueado seu caminho, chamou Xangô que lançou um raio sobre a colina Okerê que abriu-se em duas, dando passagem para Iemanjá. Iemanjá foi para o mar ao encontro de Olokum. Nunca mais Iemanjá voltou à terra e ela está em todo lugar onde chega as águas do mar. Na Nigéria ainda hoje existe uma colina de nome Okerê onde passa um rio chamado Ogum.
Iemanjá é o orixá mais popular no Brasil. De norte a sul, todos sabem quem é Iemajá ou pelo menos já ouviram seu nome. A grande mãe, Odô Iyá, com seus seios fartos deu a luz aos outros orixás. Uma das maiores festas é feita em sua homenagem no dia 2 de fevereiro na cidade de Salvador, onde milhares de pessoas saem vestidas de branco em procissão e vão às águas do mar oferecer presentes. O mesmo acontece no Rio de Janeiro e em diversas cidades do país no Ano Novo, seguindo o exemplo do uso do branco em Salvador, milhares de pessoas vão à praia e pedem proteção à Rainha do Mar no novo ano que se inicia. A prática de usar roupa branca para ir ao mar e oferecer uma flor branca e outros presentes a esta deusa africana fez com que seu nome fosse amplamente conhecido.
Pierre Verger nos conta uma lenda de origem iorubá que diz assim:
Iemanjá era filha de Olokum, deus do mar. Em Ilê Ifé, casou-se com Olofin-Odudua com o qual teve dez filhos, todos orixás. De tanto amamentar seus filhos, os seios de Iemanjá tornaram-se imensos. Cansada da estadia em Ifé, Iemanjá fugiu na direção do "entardecer-da-terra", como os iorubás chamavam o Oeste. Iemanjá chega em Abeokutá e como era muito bonita, Okerê pediu-lhe em casamento. Ela aceitou com a condição de que ele jamais ridicularizasse a imensidão de seus seios.
Um dia Okerê voltou para casa embriagado de vinho da palma. Ele tropeçou em Iemanjá e ela lhe chamou de bêbado imprestável. Okerê gritou: "Você, com seus seios compridos e balançantes."
Ofendida, Iemajá fugiu e Okerê colocou seus guerreiros em sua perseguição. Iemanjá, vendo-se cercada lembrou-se que tinha recebido de Olokum uma cabaça com a recomendação de que só abrisse em caso de extrema necessidade. Iemajá quebrou a cabaça e dela saiu um rio de águas tumultuadas levando Iemanjá em direção ao mar, residência de Olokum. Okerê tentou impedir transformando-se em colina. Iemanjá vendo bloqueado seu caminho, chamou Xangô que lançou um raio sobre a colina Okerê que abriu-se em duas, dando passagem para Iemanjá. Iemanjá foi para o mar ao encontro de Olokum. Nunca mais Iemanjá voltou à terra e ela está em todo lugar onde chega as águas do mar. Na Nigéria ainda hoje existe uma colina de nome Okerê onde passa um rio chamado Ogum.
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